Nove meses

Dois filhos. 

Três amores. (o marido também conta)
Hoje é dia 30.
O Vicentinho faz meses.
Nove meses.
Três dentes.
Dez quilos.
Um bebé que enche o colo.
Que me ocupa os dias.
Todos os minutos.
Que é abraçado e amado todos os segundos.
Que pertence a esta família. A nossa família.
Um bebé que é completamente protegido e apertado pelo irmão.
Bom de se agarrar e encher de beijos.
Vamos os quatro para a praia, ao fim do dia.
Um queque e uma vela.
Porque nos apetece comemorar.
:)

A melhor coisa da vida

É vê-los crescer saudáveis e felizes.
Isso é o mais importante.
MESMO.
Estes últimos dias (ao nível da diversão) têm sido uma maravilha para eles...
Mas têm dado conta de mim!!!.
Não tenho escrito muito.
Ando em modo montanha-russa.
Para além das mil coisas que tenho feito com os rapagões...
Tenho andado concentrada a superar uns medos antigos :)
Entretanto, a minha/nossa vida social também tem sido enérgica.
Eu julguei-a moribunda há uns meses atrás... mas agora está bem viva!!!.
Tão bom!!!
Sobretudo, porque é aquela vida social caseira.
Que me permite ter a casa com amigos, mas continuar com as rotinas.
O fim-de-semana foi meu e dos rapazes pequenos.
(Marido a trabalhar fora)
Sobrevivi a uma ida à Tapada de Mafra com o Salvador.
Ele corria atrás dos javalis, eu corria atrás dele...
No domingo, sobrevivi a duas aulas de natação.
Uma a seguir à outra.
Fiquei completamente PODRE de cansada!!!.
Eles dão cabo de mim!!!
Durante o passeio na Tapada, perguntei ao Salvador:
-Sabes onde estamos?!
-Sim
-Onde?!
-Aqui!!!
Foi a risada total.
Lembrei-me de tantas outras coisas que o Salvador disse, neste últimos dois meses, que me fazem perder a conta às gargalhadas que dou.

-Salvador, o primeiro nome da mãe é Ana.
-Não é não. É mãe.

(Depois dos banhos)
-Salvador vamos jantar. O mano está cheio de fome.
(Responde ele)
-Eu também não!!!

(A caminho do Alentejo)
O Salvador leva ao colo um computador do Buzz Lightyear.
O computador pergunta:
-Alô está ai alguém?!
(O Salvador responde)
-Não. Estou de férias!!!

Acordei e reparei que o tempo estava encoberto.
Em modo de desabafo, para comigo mesma, disse em voz alta:
-Está cá um tempo...
(Diz o Salvador)
-Onde?!

-Salvador, o mano já tem três dentes.
-Boa. Agora já pode comer bolachas.

:)

Amor

Quando escrevo, sinto as palavras.
Escrevo com a alma.

Hoje, escrevo para quem me tira estas fotografias.
Que é a mesma pessoa, que as recebe como prenda,  quando está a trabalhar.
O amor que sinto por quem me faz assim...
Tão feliz.
Mais do que escrever sobre o amor que nos une, escrevo sobre a admiração que lhe tenho. 

É especial por estar ao meu lado.

É especial por ser pai dos meus filhos.
É especial por me fazer sentir especial.

É especial...

Porque não falha aos outros.

Porque é MESMO bom amigo. 

Porque é calmo, feliz e sereno.

Realizado.

De bem com ele. Com a vida. Com o mundo.

Porque me ajuda e ensina todos os dias.

Porque me dá colo e carinho.

Porque me guia. 

Porque me ajuda a superar os meus medos.

Tem uma paciência que não se esgota.

E não desiste de mim.

(Mesmo quando eu estou quase...)

E gosta de mim assim.
(Não se importa que eu lhe dê cabo da embraiagem do carro, para o ponto ficar perfeito!!!)

Só vim aqui dizer...
Que o admiro de uma maneira gigante.

Que lhe sou grata.

Que o amo.

Que me saiu a sorte grande. 

"Só" isso.

Nós

Enquanto tentava adormecer o Vicente, o Salvador agarrou-se às minhas pernas.

-Tenho medo

-Medo do quê?!

-Dos monstros. Têm pelos e olhos.

(Eram os gatos)

Escusado será dizer que os levei para a minha cama.

Que adormeceram agarrados um ao outro.
Chuchas trocadas.

E eu, agarrada a esta cumplicidade. 

Rendida a estes rapazes, que me fazem perder a cabeça e ganhar o mundo quase no mesmo instante.

E aqui estamos. 

Deitados.
Estafados.
Felizes. 

Aqui estamos os três, neste mimo.
Com os "monstros" aos pés da cama à espera que o pai chegue a casa...
E ponha tudo no lugar.

Nada paga isto.
MARAVILHA.

Palavras proibidas

O Salvador andou um tempo a dizer a palavra "fogo".

Quando alguma coisa não lhe agradava, ou era contrariado...
Lá vinha o "fogo".

Primeiro ignorei. Não resultou.

Depois, comecei a chamar à atenção.

Disse-lhe que não era nada bonito o comportamento dele.
Que não pode responder torto. Muito menos dizer aquela palavra. 

Falei com ele duas ou três vezes, deixou de dizer. 

Deixou mesmo. 

Este fim-de-semana estávamos no Alentejo, na brincadeira, e eu incentivei-o a fazer qualquer coisa.

Responde ele:

-Eu não consigo.

-Salvador, não gosto nada de te ouvir dizer isso, sem pelo menos, tentares.

-Mãe, mas eu não disse fogo!!!

Alentejo

Cresci no Alentejo.

Numa quinta enorme.

Cheia de gente. 

Já falei aqui sobre essa passagem da minha vida.
http://2queparecem4.blogspot.pt/2013/03/a-minha-infancia.html
A quinta onde morei chamava-se Quinta de Santo Antoninho.
Ainda hoje adoro o nome.
Ainda hoje adoro o Alentejo.
Por estes dias, encontrei o paraíso a uma hora e meia de Lisboa.

Lá fomos nós.
Eu e os meus rapazes. 

O Alentejo faz-me sentir em casa.

Como se tivéssemos sido feitos um para o outro.

Amo as casas. 

Térreas e caiadas. 

As barras amarelas e azuis nas janelas e portas. 

Os alpendres.

(E volto a mim).
Lembro-me da minha felicidade, em miúda, a espalhar alimentos no alpendre até secarem.

E, de vez em quando, gosto de me lembrar que já fui pequena.
Gosto de me lembrar que cresci numa quinta.

Gosto de voltar a essas recordações.

Gosto de voltar ao Alentejo.
Ver o Salvador completamente livre.

Descalço.

Liberto.

A correr no monte.

A beijar/tratar/ dos animais.

O Vicente a dormir longas sestas, ao fresco, longe do bafo quente.
Sinto os meus filhos felizes e em paz.
E mais no Alentejo.
O campo faz um bem terrível.

Meu rico Alentejo.

Onde se respira paz.

Onde o céu é mais estrelado.

Onde as estrelas tocam nos dedos esticados do Salvador.
Adoro quando eles adormecem profundamente.
Absolutamente estafados, de tão felizes que foram.
Existem, lugares e pessoas, que me fazem tão bem.
O Alentejo é um deles.
E aqui vamos nós...
Ter contigo outra vez...
Meu rico Alentejo.

O meu yoga

Gostava muito de experimentar Yoga.
Sinceramente, acho que é das coisas que melhor deve fazer à saúde física e mental.

Imagino a paz que se sente.

O bom que deve ser...
Ter controlo na postura, concentração, respiração.

Sentir.

Ter tempo de sentir.

Gostava mesmo muito. 

Mas quando penso no assunto a sério, imagino logo as posições dificílimas. 

Só consigo visualizar as pessoas que conseguem contorcer o corpo todo.

Tocar com os pés no infinito.

E eu... coitadinha de mim!!!
(Coitadinha mesmo)

É que nem uma cambalhota consigo dar.

E bem sei, que é ignorância da minha parte dizer isto, porque tudo se trabalha.
E o yoga é bem mais do que isso...

Mas só me consigo imaginar a passar a maior das vergonhas, por não conseguir fazer NADA.

Que frustração!!! 

Mas gostava tanto. Mesmo. JURO.

Sinto paz só de olhar para quem faz.

(Suspiro)

Enquanto não me aventuro no yoga a sério...

Pratico e invento o meu.

Os meus momentos de paz.

Onde respiro, onde me encontro e agradeço.

Esse meu momento, é quando adormeço os meus rapazes.

Sem barulho nenhum.

Os estores entreabertos.

E fico a vê-los.

As nossas respirações misturam-se.

É das melhores sensações de sempre.

Dá-me uma paz e um equilíbrio enorme.

Um amor gigante.

E deito-me feliz.

Em paz.

Apaixonada por eles.

Por estes pés descalços.

Let us dream

Se existe coisa que me mete bem-disposta é lembrar-me das palavras deliciosas que o Salvador diz.

Das brincadeiras que tem.

A imaginação.

E confesso, que acho imensa graça, à utilidade que ele dá às coisas.
E dou por mim, a rir-me às gargalhadas, das coisas que ele fez/faz.
Das gargalhadas que dá e faz os outros darem...

Ora:

-Os meus vasos, deixaram de ser vasos, desde que o Salvador existe.

Neste momento são capacetes.

Tem o dele. E uns quantos para as visitas.
E juro, que já andei na mota com ele, e de vaso na cabeça.
(É de doidos, eu sei!!!).

-As jarras lindas que tenho na sala, servem para tudo menos para flores. Tenho dentro delas uma frota automóvel. 

-O dinheiro que investi em calções/boxers/brinquedos foi mal gasto.

Sempre que pode/consegue despe-se todo. 

(E fica todo nu... de vaso na cabeça).

Os brinquedos é para esquecer. Só gosta de bolas, da mota e do irmão.

-Todos os objectos que sejam rectangulares são pranchas.

(Basta estar distraída e é apanhá-lo a "surfar" em cima da tábua de cortar os legumes).

-Agora não são só estrelas que apanha do céu.
http://2queparecem4.blogspot.pt/2013/02/mexer-no-ceu.html
(Estivemos dez minutos de braços estendidos a apanhar cereais e gomas... e a comer!!!)
ADOREI. Sobretudo porque não engorda!!!.

-A melhor...
Anda todo orgulhoso porque viu um "bicho muito mau", um "monstro" dentro da nossa casa...
Era uma mosca.

E as palavras novas:

-Bimbins (amendoins)

-Migalhões (Magalhães)

-Cáquetes (raquetes)

Ai que delicia!!!

A imaginação é tudo...

(E o Vicentinho já tem o primeiro dente a espreitar!!!).

O nosso segredo

No desespero de os meter a dormir.

Juro que a palavra "desespero" não é exagerada.

(Às vezes tudo corre lindamente, outras... nem sei como sobrevivo!!!)

Adiante...

No desespero, disse:

-Salvador, deixa a mãe adormecer o mano. Tenta não fazer muito barulho.  

-Nãooo. Eu também sou bebé. 

-Eu sei. A mãe demora cinco minutos e depois fica só para ti.
-Nãoooo (a fazer beicinho).

-Salvador, fazemos assim: a mãe adormece o mano e depois vamos os dois comer uma bolacha.
 Fica o nosso segredo.

(Não me deu resposta. Fui adormecer o Vicente)

Quando chego à sala, estava o Salvador todo sujo de chocolate.

-Salvador!!! o que é que fizeste para estares assim?!

-Fui buscar o meu segredo!!!

:)

Juntos

"O melhor momento do dia é sempre este.
Sempre.
Quando vou buscar o Salvador ao colégio. Quando o abraço.
Saber que esteve bem. Que se fartou de brincar. Que foi feliz.
Que está aqui. Que vamos juntos para casa. Que ficamos os três à espera do pai.
Não existe nada no mundo que se compare ao abraço da felicidade de um filho quando nos vê."

Escrevi isto um dia destes.
E cada vez gosto mais deste momento.
Quando voltamos a estar juntos.
A fazer tudo.
Sem fazer nada.
A correr na praia.
A brincar na areia.
No parque.
A comer um gelado.
Ou simplesmente na janela a ver a vida lá fora.
Não interessa a fazer o quê...
Interessa que seja juntos.

Leaving

Uma amiga minha foi para o Brasil.
HOJE.
Seguiu o coração e foi...
De coração cheio, literalmente.
Somos amigas desde pequenas.
Faz parte do grupo de pessoas inteiras, que me acrescenta, que pisa comigo as ervas daninhas.

Partilhamos muita coisa. 

Mas a nossa partilha maior foi o amor.
É ele que nos move.
Para mim, a vida é muito isso.
Muito alma.
Muito amor.
Muito intensa.
Muito partilhada.
Um dia escrevi isto (aqui no blog):

"Amigos felizes aumentam a nossa felicidade. É verdade. É contagiante. E eu deixo-me contagiar.
Mas sobretudo deixo-me inspirar.
Tenho duas ou três pessoas que me inspiram.
A criar. A ser melhor. A ser capaz. A ser feliz.
A simplesmente ser.
Essas pessoas inspiram-me a querer inspirar os outros.
Iluminam o meu espírito. Fazem-me feliz.
São pessoas extremamente carinhosas. Com elas mesmas, com as pessoas que as rodeiam, com a vida.
Deixam-se encantar. Gostam de viver. Dão delas aos outros.
Inspiram-me pessoas inteiras. Que levam a vida de forma leve e apaixonada.
Pessoas corajosas. Que seguem os instintos.
Sou apaixonada por pessoas que acreditam.
Pessoas FELIZES."

Ela, é uma delas. Por ser tão simples e verdadeira.
O amor é uma coisa brutal.
É uma coisa louca, imensa, intensa, gigante.

Dá-nos coragem. 

Arranca o melhor de nós.
O amor é o que dá alegria e sentido ao mundo.

Gosto das pessoas que arriscam.

Que partem.

Que vão.

Gosto de quem ama loucamente.

De quem se entrega.
Se apaixona.

Dos que têm coragem de ouvir o coração.
De ir atrás...

De um sonho.

De um amor.

De uma vida.

Gosto do risco controlado.

Das pessoas que gostam de viver.

Gosto dos que percebem que a vida é uma coisa de alma.

Amo histórias de amor. Movem-me. Comovem-me. Fazem-me viver. O mundo andar. 

Gosto de quem vai e agarra.
De quem tenta.
Corre o risco. 

E faz o mundo ser um lugar bom para se estar.

O amor é isso.

É tão isso.

A vida só te pode rir.
:)

"Devagainho"

(Ontem quando os tentava meter a dormir)

-Salvador, acabou-se a bola. vamos dormir.

(O barulho da bola não estava a deixar o Vicentinho adormecer)

-Óhhhhh mãe, deixa...

-Não. Caminha!!!

-Óhhhhh eu "faxo devagainho"...

É difícil resistir a isto!!!

;)

Vóvótas e coisas que tais!

Com a vaga de calor, fomos com os príncipes para a praia.
Fomos tarde e saímos tarde. Quando digo tarde é mesmo tarde.
(Embora seja muito descontraída, não brinco com certas coisas...)

O Vicente adorou!!!.
Como é friorento, só com este calor é que gostou mesmo.
Foi maravilhoso como aproveitou a areia e o mar.

O Salvador nem preciso contar...
Delira!!!
Não larga a prancha, adora as ondas, os mergulhos...
E adora ficar parecido com um croquete!!!.

Às nove da noite, no meio da brincadeira (ainda na praia) diz o Salvador a uma amiga nossa:

-Olha caina (Catarina) um passarinho.

-Chama-se gaivota, Salvador. 

(E ficou, todo contente, a dizer):

-Vóvóta! Vóvóta! Vóvóta!

Amo quando eles falam assim.

As palavras enroladas pelo mimo e falta de jeito.
A aprendizagem...

As gargalhadas que o mundo dá.

Palavras novas do Salvador (dois anos e dez meses):

-Cáquetes - Raquetes 

-Cigóias - Cócegas 

-Fáda - Mafalda

-Pixia - Patrícia

-Caina - Catarina

-Dé - André

-Vóvótas - Gaivotas

-Gulhos - Mergulhos

Celebrate life

Dou-lhes de mim.

Dou-lhes tudo.

Dou-lhes quase todo o meu tempo.

Todo o meu amor.

Dedico-lhes músicas.

Escrevo-lhes poemas. Cartas. Canções.

Dou-lhes o meu colo.

Beijo-os sempre que posso.

E quando não posso, arranjo maneira de se sentirem beijados.
Dou-lhes o choro e o riso.

Dou-lhes protecção. Paz. Alegria.
Colo. Muito colo.
Apanhamos estrelas.
Ajudo-os a construir relações fortes com os avós, tios, amigos.
Dou-lhes os meus amigos, que são loucos por eles.
Transmito-lhes fé.

Paixão pela vida.

Mostro-lhes a generosidade. 

A busca pela felicidade. 

Dou-lhes o meu abraço.

O conforto.
O mimo.
Procuro que sejam fortes e unidos.
Amigos.
Companheiros.
A minha relação com eles é transparente.

Mostro-lhes a minha alma.

As minhas qualidades. As minhas falhas.

Não lhes escondo os meus medos. Nem os fracassos. 

Mostro-lhes o bem e o mal.
Incentivo-os a serem capazes.
A acreditarem neles.

Tento informar-me.

Melhorar-me.

Tento dar-lhes uma educação equilibrada, cheia de amor.

Dou-lhes gargalhadas.

Brincadeira. Muita brincadeira.

A eles, dou-lhes O QUE SOU.

A mim, eles dão-me A VIDA.

(Quando estava a tirar esta fotografia, disse ao Salvador):
-Amor, sente o vento, o sol, o mar... é tão bom. ..
-Mãe, não estou a sentir nada. Vamos jogar à bola mãe?!

ahahahahahahahaahhahhhh

Take it easy!

De noite, os meus dois príncipes de pele clara e fralda, assaltaram a minha cama.

A respiração deles aqueceu, ainda mais, a maravilhosa noite de verão.

(E sem o meu marido em casa)

Acordei colada a eles. 

Suados. 

Esborrachados. 

Pele com pele.

Não foi fácil descolar.

Gostava de não me afastar do presente. Deste presente.

Ficar nele.
Adormecer com o Salvador a pedir-me cigóias (cócegas).
Acordar com ele a saltar em cima da cama.
Vê-los a abraçarem-se.
A abraçarem-se a mim.
A agitação da manhã.

Mas é impossível não reparar como o tempo passa depressa.
O Vi já tem oito meses. 

Fico a olhar para o meu bebé.
Derretida. 

Tento absorver tudo.

Ainda não tem dentes.

Nem gatinha.

E acorda três vezes de noite.

É uma fase boa da minha vida.
A fase em que tenho bebés em casa.

O Salvador já largou a fralda.
(Já faz quase tudo sozinho).

A fralda da noite, recuei e mantive.

Sem pressas.

Quero que sejam independentes/autónomos e trabalho para isso. Mas calma!!!.
Take it easy!.

Para rápida, já basta a vida...

Sempre me disseram para aproveitar bem, porque se põem grandes num ápice!.

Universo, mais devagar...
Por favor!!!.

O lado positivo!!!

Festa na escola do Salvador.

Um calor enorme.

Estavam lindossss.
Imensos pais.

A festa prometia!!!.
(Começou a festa).

O Salvador ainda se manteve vestido e penteado uns três minutos.

Não cantou.

Não dançou.

Mas...
Rebolou no chão.

Fez uma birra.

Correu, pulou, brincou com bolas, deitou latas ao chão... 

Fez tudo o que não devia fazer.
(Era o único que não estava a participar).
Só queria jogar futebol.
Eu...

(Nem queria acreditar no que estava a acontecer).
Suava em bica, a correr atrás dele.

Os pais das outras crianças, diziam que o Salvador era a estrela da festa.
Riam-se imenso.
Gabavam-lhe a energia.
(E eu sem achar piadinha nenhuma!!!).

Com uma vontade louca de me enfiar num buraco, ou fugir depressa...
Tentei manter um ar composto, mas era impossível.
Despenteada, suada, peganhenta...

Enfim...

Correu mal.

Mas o Salvador é mesmo assim. 

Imprevisível, independente, enérgico, mas um doce.
(É o que o safa!!!).

E tem piada. Tem mesmo.

(Embora hoje não tenha tido nenhuma).
O Salvador não é nenhum "menino de coro". Não é mesmo.
Mas também não precisava ser tão enérgico...
(Que estafa/vergonha que apanhei. JURO).
O que safou a festa...
(Safou mesmo)
Foi a corrida que ele fez, quando me viu.
E deu-me o maior abraço do mundo.

(Enquanto esfregava a tinta da cara dele em mim...)

Flash-back

Lembro-me, PERFEITAMENTE, do dia que cheguei a casa com o Salvador nos braços.

Tinha 25 anos.

Um marido a explodir de felicidade.

Eu com as lágrimas a caírem.

Estava louca de amor pelo meu bebé, mas assustada, serei eu capaz?!.

Tinha de tomar conta dele e de mim mesma.

As minhas hormonas estavam a ganhar vida própria.
As dores também.

Cheguei a ter falta de ar.

(Ninguém reparou).

Todos me achavam feliz, feliz. E estava.

O amor era esmagador. E foi instantâneo. 

Durante a gravidez li imensos livros.

Sabia tudo sobre o desenvolvimento do bebé na barriga.

TUDO.

Vivi a gravidez ao máximo. 

Aproveitei tudo. 

Adorei estar grávida desde o primeiro ao último dia.

Fiz imensa praia. 

Fui à Jamaica. 

Recebi imensos mimos.

Foi óptimo. Para lá de óptimo. 

Tops curtos. Barriga de fora.

(Gravidez de verão).

Só o enjoo que senti, nos primeiros três meses, é que não gostei nada!!!.
Foi para lá de mau.
Credo. 

Mas existe alguma coisa perfeita?!.

Uma coisa é o bebé dentro da barriga, outra completamente diferente, é ele nos nossos braços...
Ao nosso cuidado. 

Quando entrei em casa, faltava-me "bagagem".

Não pedi ajuda a ninguém.

Queria aproveitar aquele meu/nosso momento a três. 

E acabou tudo por ser o mais intuitivo e natural possível.
Mas lembro-me, que passado uns dias, estava a ligar a todas as pessoas possíveis e imagináveis:

-A que horas deve dormir o meu bebé?!

-Quantas horas?!

-E a rotina?! Começa quando?!

Lembro-me de "ralhar comigo mesma" por não ter lido nada sobre a parte "do bebé em casa".

Sobre os horários. As rotinas.

(Gosto que durmam cedo e tenham hora fixa para dormir.
Aqui em casa resulta e tem muitas vantagens!!!).
Sempre tive essa preocupação de criar uma rotina de sono.

Na altura, fui comprar um livro, que me ajudou imenso.

Ajudou mesmo.
De forma natural, consegui desde cedo, que o Salvador adormecesse às oito da noite.

(Tal como o Vicentinho, agora).
Sou eu que os adormeço.
Sem pressas, nem stress.
E ADORO esse nosso momento.

Lembrei-me de tudo isto, a propósito de estar muitas vezes sozinha com eles.

E a hora de dormir...

É o verdadeiro CAOS (grande parte das vezes).
Então agora, que o verão chegou em todo o seu esplendor.
Às oito e meia/nove da noite ainda não está escuro.
E quando eu digo:
-"Salvador, está na hora de ir dormir".
(Responde ele aos saltos)
-"Não mãe. Ainda não. Ainda não é nôte (noite).
E é difícil fazer adormecer uma criança de dois anos, com a luz a bater na varanda dos brinquedos.
Eu percebo.
(E dou mais uma hora).
Outra coisa que me acontece muitas vezes...
É ter um deles, quase, quase, quase a adormecer, e o outro dá um grito!!!.
Nãooooooooooooooooooooooooooooooo.
E vai daí que me lembrei...
Devia ter lido qualquer coisa sobre isto!!!.
;)))))

Não tenho jeito para isto!!!

O Salvador já tirou a fralda durante o dia.

A fralda da sesta também já era.
(Que orgulho!!!).
Só falta tirar a fralda da noite.

Hoje vou tentar que durma sem ela.

(A fralda de noite fica quase seca. Parece-me boa ideia tentar).

-Salvador, no colégio disseram-me que te portas tão bem sem fralda. Estou tão feliz. 

Parece-me boa ideia tirar a fralda durante a noite.

-Ohhhhhhhhhhhhhh

-Então querido?! Se deixares que a mãe NÃO te meta a fralda, a avó e o avô têm um miminho para ti.
Por seres tão corajoso. E tão crescido. 

-É o quê mãe?! 

-É uma mota. Vais amar!!!.

-Eu não vou NADA amar mãe.

-Porquê Salvador?!

-Poque vou cair!!!!.

Ahahahahahahahah

Adormeceu tranquilamente sem fralda.
Vamos ver como corre!!!

:)