Ando muito devagar porque já tive pressa...
E agora quero ficar neste banho-maria tão bom.
Sentir o verdadeiro sabor da vida.
Com todas as coisas boas e más que ela tem para me oferecer.
Não sei bem se fui eu que escolhi ser mãe, se foi a vida que me escolheu a mim.
Não me lembro de querer ser outra coisa...
Estou grávida de seis meses pela terceira vez.
É cada vez melhor.
A cada dia tenho mais certeza das minhas escolhas.
Emociono-me quando o Salvador fica louco de alegria por sentir a irmã mexer.
O Vicente (que é um furacão) só me dá beijos na barriga.
Esta partilha.
Este amor.
A vida resume-se aqui.
Nestes momentos de ternura, de partilha, de união.
Valorizo muito o dia-a-dia.
E não sou feita de ferro nem tenho uma vida cheia de facilidades...
Sou uma mulher e uma mãe cheia de fragilidades.
Mas tenho espírito de sacrifício e paixão.
Paixão pela maternidade, e muito amor por esta família.
Nunca vivi com tanto entusiasmo, como hoje.
Sinto-me capaz.
A minha vida resume-se a pessoas.
Ao amor que me têm e que lhes tenho.
Ultimamente os meus dias têm sido desgastantes.
A gravidez, duas crianças elétricas,
a casa, o trabalho, as responsabilidades, as obrigações, o pouco tempo de descanso, os jantares, banhos, as roupas...
Adormeço, muitas vezes, feita num oito mas grata e orgulhosa de mim.
(E da minha equipa - o meu marido e estes filhos deliciosos)
Por este envolvimento que tenho pela vida, e pela dedicação que tenho a quem amo.
Por ter amigos que não me cobram as ausências - muito pelo contrário.
Que me facilitam e ajudam.
Quando me sinto um "caco", há quem me sinta gigante.
Quando me falta a força tenho sempre quem me dê colo.
Tenho muitos bons exemplos perto de mim.
Mulheres e homens gigantes...
Que amam incondicionalmente.
Que se sacrificam, sem nunca ser um sacrifício.
Há pessoas que admiro tanto. Mas tanto...
E orgulho-me, igualmente, da mulher que me tornei.
E cada vez tenho mais certeza que a felicidade não é ter. É ser...