segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Autoestima


Nestes dias em que estou sozinha com eles é tudo muito mais intenso - querem todos a mãe só para eles e eu multiplico-me.
A Maria é a única que continua fiel ao seu espaço, os rapazes ocupam de imediato o lugar do pai na nossa cama.
Preparo uma linha de montagem para a roupa da semana toda e transformo a cozinha numa cantina.
A mesa do pequeno-almoço fica feita de véspera - nesta altura já estou eu quase a cair da tripeça!!!
De manhã acordo uma hora mais cedo - é um exagero mas permite que acordem devagar e não sintam a pressão da pressa (que existe!!!).
Quanto mais cedo acordar - maior a possibilidade - de conseguir dar um jeito ao cabelo e não parecer um urso durante o resto do dia.
Cresci com uma autoestima média - nunca a bater nos joelhos, mas sempre senti insegurança em relação às minhas capacidades.
Agora é diferente, não subiu para o espetacular mas com o tempo caminhou em direção ao sítio certo.
Sempre achei os outros mais capazes do que eu e prejudiquei-me algumas vezes - sinto que teria conseguido fazer igual ou melhor.
Ser esmagada TODOS OS DIAS com tanto amor - como sou - ajudou IMENSO.
A maternidade foi a grande mudança.
Percebi que podia transformar o que sentia em coisas práticas. Em coisas boas.
Foi um nascer de novo.
Em conversa com uma das minhas irmãs (somos 7!!!) ela pediu-me para olhar para mim, para a minha vida, para todas as conquistas pessoais e profissionais. Para as voltas que dei para chegar a quem sou e onde estou.
E sinto-me tremendamente agradecida e feliz!!!
Às vezes somos os principais críticos de nós próprios e na verdade somos enormes - principalmente porque proporcionamos alegria e tranquilidade aos que estão próximos. 
E hoje sinto-me assim :)

(Isto não é um blog de autoajuda foi só um desabafo!!! :))



sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Memórias







Quem partilha a vida comigo sabe que nem todos os momentos são mel.
Nem todas as horas são de paz.
Nem sempre consigo corresponder à atenção que os meus filhos merecem e precisam.
Mas esforço-me para ter as minhas prioridades em ordem.
Roubo muitas horas às noites para conseguir estar verdadeiramente com os meus filhos.
Partilhamos os banhos, as camas, as birras, as angústias, alegrias e os trabalhos de casa.
Partilhamos sonhos e ambições.
Discutimos assuntos, preocupações e vontades.
Tenho uma relação próxima de uma amizade incrível com quem partilha a vida com eles e lhes dá AMOR e SEGURANÇA - educadoras, auxiliares, amigos.
Dou-lhes asas mas atribuo responsabilidades.
Abdico de algumas coisas para lhes dedicar tempo - um dos bens mais preciosos da vida.
O tempo passa, a vida anda, a infância não se repete.
O Salvador está um companheirão, o Vicente um doce e a Maria é maravilhosa.
Estou numa fase de olhar mais para mim. De descoberta e desafios.
As mudanças inicialmente tiram-me um bocadinho a paz.
Mas tenho a alma cheia desta partilha, deste amor, destas relações, desta família.
E por mais profundo que seja o mergulho as águas por aqui são serenas.

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Visita guiada

Não consigo imaginar o que é viver sem amor. 
Sem um amor. 
Sem este amor. 
Sem o meu - os meus.
A vida é tão rápida.
A infância passa num ápice.
Nos dias mais agitados, de falta de paz, lembro-me sempre da bênção que é pertencer.
Estar numa família e sentir este amor é motivo mais que suficiente para celebrar.
Reinvento-me. Troco de trabalho. Ajusto-me. Adapto-me. Faço mil coisas sempre com um único propósito: NÓS. 
O meu objetivo na vida é ser a guia desta família. 
Eles já me estenderam o tapete com direito a uma visita guiada ao paraíso: o dia a dia.

[Por falar em paraíso, poucas vezes me senti tão viva como nos Açores]





sexta-feira, 8 de setembro de 2017

A nós


Faz sete anos o meu filho mais velho.
SETE!!!
Já amanhã.
Tenho a sorte grande a morar em minha casa.
É minha responsabilidade cuidar e amar dos meus filhos em cada segundo.
Ser mãe/pai é exigente. 
Não há manuais que nos preparem para este amor tão grande.
E não existe nada mais bonito no mundo do que ver crescer um filho. Cuidar dele.
Hoje estou emocionada e orgulhosa.
Tenho feito TUDO e falhado TANTO.
Luto todos os dias. Dou tudo em casa e fora dela.
Esforço-me por melhores oportunidades para nós, por esta família, ao mesmo tempo que tento ESTAR e SER.
Ser mãe e pai exige muitas cambalhotas, muito espírito de sacrifício, muitas noites sem dormir.
Só depois de os adormecer é que limpo a casa, preparo refeições e trato das coisas (quando ainda tenho alguma força trato de mim).
Tento não sobrecarregar os meus sogros - mas é quase impossível e sem eles não sei o que seria de nós.
Tenho amigos que são segundos pais dos meus filhos. 
Que lhes têm um entrega sem dimensão e por quem eles têm um amor sem explicação.
Há dias que penso que não vou aguentar. 
São três seguidos. É tanta ginástica, tanta logística. 
Mas na maioria deles, MEU DEUS, tenho sido capaz. 
Temos sido família. 
E durante estes sete anos tornei-me, não na melhor mãe do mundo, mas na mulher mais feliz de sempre.
E acertei no pai deles. 
Ele é a nossa casa. Eu só alimento esta estrutura com toda a dedicação, entrega e amor. 
Amanhã é para celebrar. O dia todo esta bênção. 
Parabéns a ti nosso primeiro AMOR.
Parabéns a nós.
Parabéns a todos os pais.