segunda-feira, 20 de junho de 2016

Em construção





Estou no meio dos meus filhos - dormem agarrados a mim. 
Trinta e quatro graus. Não há calor que nos separe.
Temos em comum este amor louco e umas picadas de melgas.
Gosto quando estamos - simplesmente.
Sou completamente dedicada a esta família em construção.
Estou sempre à procura de tempo e calma.  
Desacelerar. Descomplicar. Destralhar.
Menos é mais.
Tento gerir de forma saudável os horários irregulares (que temos), com a vida deles.
Às vezes corre lindamente, outras é o caos.
Somos o mais descontraídos possível.
Levamos a vida com ligeireza e tranquilidade.
E a nossa relação com muito sentido de humor.
Temos energia para dar e vender - OS CINCO!!!
Procuro um equilíbrio entre o ter e o ser.
Entre a adrenalina dos dias e a paz necessária para os levar.
A verdade é que nos realizamos no meio da confusão, das fraldas, das birras e da ginástica do dia-a-dia.
Há quem nos ache loucos.
Quem nos adore e admire.
Há quem diga que somos corajosos.
Quem opine sem ajudar.
Há os que tiveram filhos e netos perfeitos.
E há outros tantos, como nós, perfeitamente imperfeitos.
Há quem seja cinzento na alma. Quem aponte, julgue e critique.
E os que estão connosco, e que vibram com estes miúdos.
Há opiniões e pessoas para tudo - sempre.
Há quem diga: tiveram, agora aguentem-se.
Mas existem as outras pelas quais vale a pena estarmos vivos.
Que festejam.
Que encontram soluções.
Que dividem.
Que nos amam.
A vida só nos faz sentido enquanto partilha.
É esta sensibilidade e entrega que gostava que ficasse gravado na alma dos meus filhos. 
A vida é demasiado imprevisível, é preciso viver com entrega.
Dividir, usufruir, partilhar, ajudar e amar.
Nada é tão bom e tão bonito como esta construção, mesmo que cheia de contratempos.


sábado, 18 de junho de 2016

Quando o amor basta






Foi uma semana dura. Tudo doente, marido fora, o caos.
Sobrevivi.
Sobrevivemos.
Mas foi isso, só isso.
Não deu para respirar.
Para agradecer.
Para me ouvir.
Uma confusão.
Hoje acordamos recompostos.
Cheios de paz.
Juntos.
Fizemos só coisas boas.
Nossas.
Não existiu mundo.
Nem desalinho.
Sem pressas.
Nem opiniões.
Tão bom.
Tão bom.
Tão bom.
Estes dias em que só o amor basta.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

-Respirar-


Desculpem a ausência.
Tenho estado entre a ternura, a entrega e a tentativa de gerir tudo.
Casa. Miúdos. Trabalho. Turnos.
O tempo que sobra tem sido deles, só deles.
Não tenho tirado fotografias, nem escrito.
Tenho dormido pouco, para sobrar tempo para o resto.
Estes primeiros tempos de "encaixe" são duros, mas os reencontros são de uma entrega gigante.
A amamentação continua.
A Maria fica lindamente com a minha sogra.
O tempo é das coisas mais preciosas que temos.
Tempo e saúde.
Todo o tempo que sobra é deles.
É nosso.
Só nosso.
Sem distrações.
Sem redes sociais.
Sem ruídos.
Roubaram-me o telefone. Perdi tudo.
Não tenho números de ninguém.
Mas tenho os mergulhos às oito da noite que me salvam.
Que nos dão saúde.
Vê-los mergulhar no mar com a luz de um postal.
Os cinco na praia, sem ninguém, nem telefones.
Brincar com eles tem sido a minha prioridade.
Pela primeira vez tenho sentido que não sou imensa.
Tenho tido alguma dificuldade em chegar a tudo.
O cansaço tem sido enorme.
Recebi abraços e mimo.
As mães também precisam de colo.
Hoje, tenho saudades do meu marido que está fora...
Mas a alegria que sinto por fazer parte desta família supera tudo.
Assim que voltarmos a estar todos juntos, não vai existir pôr-do-sol que não seja nosso.
E isso dá-me anos de vida.
Grata pelo que tenho e pelo que sinto.
Não existe nada mais bonito do que este AMOR.