terça-feira, 26 de abril de 2016

Socorro

Amamentação regular aos sete meses

Eu e Maria

Era isto para sempre

Às vezes tenho vontade de pedir socorro.
Porque a maternidade também tem momentos esgotantes.
Aumentei a licença de maternidade para aproveitar TUDO com a Maria (e os rapazes), mas também para conseguir "dar conta do recado".
Nem sempre é fácil.
Há um ano que não durmo uma noite inteira.
[Pergunto-me como sobrevivo às ausências do meu marido. E a verdade é que sobrevivemos todos].
Ainda não voltei ao trabalho, mas falta pouco.
Não tenho nenhuma ajuda diária em casa, nem semanal - mas preciso.
[Quatro horas por semana] já me parece o paraíso.
Estou os dias inteiros com a gordinha, depois vou buscar um ao Colégio, outro à escola. E começa a aventura. Entretanto já fiz sopas, jantares e as tarefas complicadas.
Chego a casa e tenho duas mãos para três filhos, e tudo o resto.
Não acho isso assustador. E não é.
Mas hoje foi um dia não.
Um dia difícil. De muito cansaço.
Em que os banhos me saíram "a ferros". 
O jantar foi em piloto automático.
E quando fui arrumar a cozinha a loiça quase voou pela janela.
Sou apaixonada pela maternidade. MESMO. Mas às vezes é duro.
Basta estar um doente para passar do paraíso ao horror.
E se eu adoecer é o caos.  
Já aprendi a não sobrevalorizar o cansaço. 
Fingir que ele não existe.
Mas quando acordo e me vejo ao espelho: socorro. 
(E tenho uma mancha escura na zona do bigode - malditas hormonas - socorro duas vezes!!!)
O cansaço é assustador. A quantidade de tarefas que se fazem durante o dia.
As refeições, as roupas, as camas, as matrículas nas escolas, as farmácias, os médicos. 
As festas das escolas, as contas. Os banhos. As manhãs. As noites. É incrível.
Não trocava a minha vida por outra. Nem pensar. 
Na vida as relações são tudo. Tenho pessoas maravilhosas comigo, que não corria o risco de ficar sem elas.
Agradeço e volto a agradecer. Ter filhos com saúde é tudo de bom que existe.
Mas este cansaço tão intenso faz-me admirar imenso, todas as mães e pais que cumprem o seu papel. 
Em que estamos tantas vezes sozinhos com a sensação do mundo às costas. Que se sacrificam. Somos todos absolutamente incríveis.
(O meu marido é um deles)


terça-feira, 19 de abril de 2016

Como andamos a cinco

Maria maravilhosa - sete meses
Estou na fase da minha vida em que estou simplesmente a apreciar.
Fiz uma pausa de tudo o que é externo.
É importante perceber o que queremos fazer da nossa vida.
Onde e com quem queremos passar o nosso tempo.
Eu estou onde sempre sonhei estar.
Aqui. Com eles.
Descobri muitas coisas sobre mim com a maternidade.
Aos vinte cinco anos tinha um filho, aos trinta já tinha três.
A gratidão pelo que tenho foi a melhor descoberta. Perceber que sou uma privilegiada por poder/conseguir/ter a capacidade de privilegiar o amor. 
O tempo é o bem mais valioso.
Tenho a Maria sempre comigo. Ainda não a larguei.
Tudo pode esperar menos este amor.
Este tempo com os filhos.
A amamentação ainda é muito regular e sou completamente apaixonada. Das melhores sensações.
Primeira palavra aos sete meses: mamã!!!
Maravilhaaaaaaaaaaaaa.
A única pressa que tenho é de não ter pressa de nada.
Vivo de acordo com o que sou. 
A maternidade define-me completamente.
A minha vida é muito mais bonita agora.
Mesmo com as noites péssimas.
O ritmo alucinante.
O desgaste.
Com tudo. Não se tem nada de graça.
Nada é sempre só bom.
Muitas mulheres que conheço, não são só mães. São imensas, gigantes e absolutamente incríveis.
Gosto de acreditar que eu também sou um bocadinho assim.
Conciliar tudo é de loucos.
Tenho dias impróprios para cardíacos.
Mas estou na idade de me sacrificar, de querer, de construir, de dar, acreditar.
De ir, fazer, desfazer, tentar.
É assim que gosto de estar na vida.
Tenho a Maria comigo - bebé maravilhosa.
Vicentinho a testar os limites.
O Salvador a entrar na primeira classe.
Fora os filhos, tenho um casamento que precisa de folgas do stress. Amigos que não retribuí chamadas. E um corpo a implorar descanso.
Cá em casa existem as quatros estações no mesmo segundo.
Há invernos rigorosos e verões cheios de sol.
Sou dos afetos. Da educação com amor.
Sou, sobretudo, de aproveitar.
Deixei de ser crítica e passei a ser grata.
Vibro com as festas dos miúdos, quando juntamos os nossos amigos que são incríveis.
Gosto de saber que vou conseguir fazer um arroz doce igual ao da minha sogra.
Em breve vou acrescentar o meu trabalho às rotinas cá de casa.
Até esse dia, vou encher esta família de amor, com tempo para bolos ao lanche e panquecas ao pequeno-almoço.
Consciente que o presente, é mesmo um presente da vida.