sexta-feira, 25 de maio de 2018

Caminho até nós

Não escrevo há mil anos.
É hoje. 
Os trinta anos - tenho 33 - deram-me o empurrão que faltava para me avaliar e a mudança levou a melhor.
Tenho alguma estrutura que me permitiu arriscar mas com três filhos tive medo que o pára-quedas me falhasse. 
Estou muito tempo sozinha com eles e o nosso dia-a-dia é feito em torno dessa premissa.
Já não idealizo serões tranquilos nem a vida sem alguns medos e angústias. 
Mas também nunca valorizei tanto as coisas mais simples.
Nunca estimei tanto as amizades como agora. Os mergulhos, os brindes, o tempo.
Tenho retirado o fundamental das desilusões sem me aprofundar nelas.
Nesta casa não há palmadas e francamente não me lembro da última vez que me meti um filho de castigo.
Há uma aprendizagem diária de como nos devemos incentivar, ajudar e respeitar.
Foi bom chegar aqui.
Ao que funciona para nós e nos permite ter uma vida feliz. 
Arrisquei - muito incentivada pelo meu marido que sempre viu em mim uma mulher que eu própria desconhecia.
Sempre acreditou antes de eu acreditar.
- Sempre fui a pessoa mais insegura do mundo.
Há negócios que caem. 
Há dias em que salto a parte dos banhos, as sopas ficam por fazer e a roupa por passar. 
Há dias que olho para mim no trabalho e assusto-me.
Mas todos os dias gosto cada vez mais de nós.
Há tanta generosidade na maneira como nos vemos. 
Há verdade, conquista, sacrifício. 
Há tanta partilha, desporto, desenhos, há tantas falhas e tanto amor.
Temos feito um caminho tão bom até nós e eu tenho feito um GIGANTE até mim...