sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Últimos dias do ano

O que me apaixona nestas últimas semanas do ano é a serenidade.
O balanço que fazemos e as metas que traçamos.
É a desforra.
É o recolher dos pássaros ao ninho. A nossa casa - nós.
Há os jantares, as ceias, as birras, a desordem, o conforto.
Os miúdos em casa, não há trabalhos de casa nem obrigações.
Não subtraímos nada, só somamos e dividimos.
Partilhamos o acordar e estamos juntos no adormecer - com calma.
É uma altura para nos alinharmos.
Os miúdos estão com idades maravilhosas (2 - 5 - 7).
Cá em casa não há muitas tradições, nem regras.
Há uma que ADORO: o Pai Natal aparece na noite de 23 para 24 e é de SONHO!!!
Há um deixa acontecer e uma liberdade com responsabilidade boa.
Não há exageros nem desperdícios.
Há uma procura de equilíbrio - nas relações e em tudo o resto.
Há uma porta aberta.
Há sempre pessoas a chegar.
Melhores amigos a dormir.
Irmãos a acampar.
O 2017 foi cheio de emoções.
Foi um ano de desapego e libertações.
Fui ao Rio de Janeiro e aos Açores - bom mas bommmm.
Acampámos os cinco e com amigos.
Descobrimos lugares incríveis, conhecemos pessoas, adormecemos no alentejo depois de uma chuva de estrelas, festejámos a vida e os aniversários com imensa alegria.
Dissemos, vezes sem conta, a quem amamos como são importantes para nós.
Despedi-me de um trabalho em que estava efectiva, para um projecto em que estou por minha conta e risco.
Comecei a ir ao ginásio - não fazia desporto nenhum desde mil novecentos e troca o passo - e já não me consigo imaginar sem ele!!!
O Salvador descobriu o surf que adora (acompanho algumas vezes - mas coitada de mim - faço surf de joelhos!!!) e vive para o futebol!!!.
O Vicente e a Maria são uma espécie de almas gémeas e o melhor presente que lhes podia ter dado!!!
Em 2017 voltei a dormir e a tratar de mim.
Digo muitas vezes aos miúdos que a vida é uma constante escolha.
Todas as escolhas têm consequências.
Não há ganho sem perda.
Nem evolução sem lição.
Existem sempre momentos menos bons, mas todos os segundos são preciosos e devem ser tratados com o devido cuidado.
Vamos trabalhar para que os nossos sonhos cheguem a reboque de uma autocaravana.
Que 2018 seja sobre rodas:)

FELIZ 2018 pessoas queridas :)

Natal 2017

Terra do Sempre no Alentejo foi espetacular

A nossa tenda é a nossa segunda casa

Rio de Janeiroooooooooo

O nosso hotel 

Miúdos 

Açores - que paixão

Salvador - o surfista

Eu & eles 
Maridão no Rioooooo

Nósssss

Celebrámos todos os aniversários com MUITA FESTA 



















sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Aos começos


A meio do verão deste ano mudei a minha vida profissional.
Isso implicou uma mudança para todos cá de casa. 
Decidi sem pré-aviso - nem para mim própria.
Precisava de rotina.
Com um, dois e três filhos sempre trabalhei por turnos - e o meu marido também.
Às tantas é de loucos. Ou era a casa que estava sempre de "pantanas" ou eram os miúdos ou nós!!!.
Temos alguma estrutura que me permitiu mudar.
Não dei o "Grito do Ipiranga" porque sempre fui feliz nos lugares por onde passei e com as pessoas que me cruzei.
Sou a descontração em pessoa. Isso não significa irresponsabilidade - muito pelo contrário.
É sempre duro.
Tenho este espírito livre, que me faz procurar conhecer-me. Conhecer e arriscar.
Pelos meus e por mim.
Temos uma vida simples. Uma tenda que nos permite ver o pôr do sol onde queremos com quem nos faz bem. 
Somos todos muito parecidos nesta maneira tranquila de levar a vida. No querer estar juntos. Respiramos família.
Se nos querem ver felizes convidem-nos para um churrasco - daqueles que se deixam os chinelos à porta. 
Ando ainda cheia de medo, pequenina, a tentar construir o meu lugar ao sol. 
Sinceramente nem sei quem é mais corajoso - se quem arrisca, se quem fica...
Eu tive oportunidade de escolher assim. Espero o melhor de mim e do que está para vir.
Uma coisa é certa as experiências permitem-nos conhecer todos os cantos e recantos de nós.



segunda-feira, 13 de novembro de 2017

King size

A dormir é mais fácil apanhar os três, caso contrário a energia é tanta que a fotografia fica desfocada ;)))

O que mais me apaixona na vida são as pessoas.
As minhas e as que generosamente me vão dando lugar na vida delas.
Estou rodeada de gente boa.
Tento passar aos meus filhos que a riqueza maior é a capacidade de amar. De dar. Da entrega.
Não há presente melhor do que a união.
Gostamos muito de receber e ter a casa cheia (nós os cinco já enchemos metade!!! :))
Se é para viver que seja em pleno. Rodeados de gente do bem.
Faz parte de mim fazer parecer as coisas mais simples do que são.
É a atitude com que olho para o que a vida me dá - com gratidão.
Tenho o meu cansaço, as minhas fragilidades, os meus momentos, a minha tristeza.
Nada nos é dado nada de mão beijada.
Mas não nos falta absolutamente NADA. 
Os miúdos pedem-me um sofá e uma cama maior. Ainda vão descobrir que nada tem mais valor que o nosso abraço King size sempre que vamos dormir.
(Boa semana)

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

FILHOS

A única vida que eu quero é ao vosso lado.
Vocês são três vidas. 
Três filhos - três irmãos.
Passam do namoro para o arraial num abrir e fechar de olhos.
É no meio do caos e das camas improvisadas que fazem no chão que cresce a vossa cumplicidade.
Hoje é sexta-feira não preciso de amolecer o vosso feitio.
Em todo o caso tenho um bolo de banana no forno. 
Atropelam-se pela minha atenção e pelo meu colo. 
Nos concursos em que sou jurada - empatam todos - e ficam os três a chorar porque nenhum ganhou. 
Mas na hora de dormir ajustam os vossos temperamentos num abraço. 
Acordo SEMPRE entusiasmada porque estamos todos - isso garante-me um dia novo convosco.
Traga ele o que trouxer - estamos juntos.
É a maior riqueza.
E a nós vamos juntando outras pessoas que garantem o nosso equilíbrio, a nossa harmonia, a nossa paz.
Ninguém disse que era fácil. 
Mas é tão bom.
O amor é uma boa base para uma vida feliz.

(Bom fim-de-semana)























quinta-feira, 26 de outubro de 2017

M.U.D.A.R

Os MEUS trinta e três anos prometem.
Nos últimos anos andei muito embalada e envolvida pela maternidade.
Um ritmo delicioso e às vezes violento - também.
Mas é um cansaço bom.
TÃO BOM que tive três filhos num curto espaço de tempo - e teria mais se a vida me permitisse.
Tenho amigos deliciosos que me "raptam" os miúdos e os meus sogros são o nosso equilíbrio.
Mas no dia a dia SOU EU e tenho um prazer enorme nisso.
Acho sempre pouco o tempo que estou com quem amo. 
Sou das pessoas que escolho e me escolhem. 
Sou cada vez mais adepta da vida simples. 
Sou de uma entrega ENORME às minhas pessoas, e pelo contrário não me consigo prender em lugar nenhum.
Preciso de mudanças. De arriscar. De conhecer. Começar de novo. De me dar oportunidade. Preciso sempre de me perder para me voltar a encontrar.
A única rotina pela qual sou apaixonada é aquela, em que todas as noites, encosto os meus ombros aos dos meus filhos. E estamos. Ficamos. Embrulhados, enroscados até adormecer.
Este ano promete porque é de mudança (profissional).
Quando mudo passo sempre por uma "travessia no deserto" - dura mas necessária porque me obriga a olhar para mim. 
Preciso de me encorajar.
Sou eu comigo mesma. A cair e levantar.
A perceber se consigo. Até onde consigo. O que quero. O que preciso.
O mais difícil é perceber quando devemos tentar de novo ou voltar para trás.
Este ano é para me voltar a conhecer enquanto mulher.
(Embora, tendo essa possibilidade e sendo muito GRATA por isso, eu garanta sempre aos meus filhos o beijo da manhã, o caos da tarde e o aconchego da noite).
Levo este desafio como levo a minha vida: solta, cheia de esperança e com o suporte dos MEUS.
Que comecem os TRINTA E TRÊS!!!

(Obrigada a todos por me acompanharem, aos meus amigos que são um SONHO e ao meu marido que é o melhor e maior companheiro DA VIDA!!!) :)







segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Autoestima


Nestes dias em que estou sozinha com eles é tudo muito mais intenso - querem todos a mãe só para eles e eu multiplico-me.
A Maria é a única que continua fiel ao seu espaço, os rapazes ocupam de imediato o lugar do pai na nossa cama.
Preparo uma linha de montagem para a roupa da semana toda e transformo a cozinha numa cantina.
A mesa do pequeno-almoço fica feita de véspera - nesta altura já estou eu quase a cair da tripeça!!!
De manhã acordo uma hora mais cedo - é um exagero mas permite que acordem devagar e não sintam a pressão da pressa (que existe!!!).
Quanto mais cedo acordar - maior a possibilidade - de conseguir dar um jeito ao cabelo e não parecer um urso durante o resto do dia.
Cresci com uma autoestima média - nunca a bater nos joelhos, mas sempre senti insegurança em relação às minhas capacidades.
Agora é diferente, não subiu para o espetacular mas com o tempo caminhou em direção ao sítio certo.
Sempre achei os outros mais capazes do que eu e prejudiquei-me algumas vezes - sinto que teria conseguido fazer igual ou melhor.
Ser esmagada TODOS OS DIAS com tanto amor - como sou - ajudou IMENSO.
A maternidade foi a grande mudança.
Percebi que podia transformar o que sentia em coisas práticas. Em coisas boas.
Foi um nascer de novo.
Em conversa com uma das minhas irmãs (somos 7!!!) ela pediu-me para olhar para mim, para a minha vida, para todas as conquistas pessoais e profissionais. Para as voltas que dei para chegar a quem sou e onde estou.
E sinto-me tremendamente agradecida e feliz!!!
Às vezes somos os principais críticos de nós próprios e na verdade somos enormes - principalmente porque proporcionamos alegria e tranquilidade aos que estão próximos. 
E hoje sinto-me assim :)

(Isto não é um blog de autoajuda foi só um desabafo!!! :))



sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Memórias







Quem partilha a vida comigo sabe que nem todos os momentos são mel.
Nem todas as horas são de paz.
Nem sempre consigo corresponder à atenção que os meus filhos merecem e precisam.
Mas esforço-me para ter as minhas prioridades em ordem.
Roubo muitas horas às noites para conseguir estar verdadeiramente com os meus filhos.
Partilhamos os banhos, as camas, as birras, as angústias, alegrias e os trabalhos de casa.
Partilhamos sonhos e ambições.
Discutimos assuntos, preocupações e vontades.
Tenho uma relação próxima de uma amizade incrível com quem partilha a vida com eles e lhes dá AMOR e SEGURANÇA - educadoras, auxiliares, amigos.
Dou-lhes asas mas atribuo responsabilidades.
Abdico de algumas coisas para lhes dedicar tempo - um dos bens mais preciosos da vida.
O tempo passa, a vida anda, a infância não se repete.
O Salvador está um companheirão, o Vicente um doce e a Maria é maravilhosa.
Estou numa fase de olhar mais para mim. De descoberta e desafios.
As mudanças inicialmente tiram-me um bocadinho a paz.
Mas tenho a alma cheia desta partilha, deste amor, destas relações, desta família.
E por mais profundo que seja o mergulho as águas por aqui são serenas.

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Visita guiada

Não consigo imaginar o que é viver sem amor. 
Sem um amor. 
Sem este amor. 
Sem o meu - os meus.
A vida é tão rápida.
A infância passa num ápice.
Nos dias mais agitados, de falta de paz, lembro-me sempre da bênção que é pertencer.
Estar numa família e sentir este amor é motivo mais que suficiente para celebrar.
Reinvento-me. Troco de trabalho. Ajusto-me. Adapto-me. Faço mil coisas sempre com um único propósito: NÓS. 
O meu objetivo na vida é ser a guia desta família. 
Eles já me estenderam o tapete com direito a uma visita guiada ao paraíso: o dia a dia.

[Por falar em paraíso, poucas vezes me senti tão viva como nos Açores]





sexta-feira, 8 de setembro de 2017

A nós


Faz sete anos o meu filho mais velho.
SETE!!!
Já amanhã.
Tenho a sorte grande a morar em minha casa.
É minha responsabilidade cuidar e amar dos meus filhos em cada segundo.
Ser mãe/pai é exigente. 
Não há manuais que nos preparem para este amor tão grande.
E não existe nada mais bonito no mundo do que ver crescer um filho. Cuidar dele.
Hoje estou emocionada e orgulhosa.
Tenho feito TUDO e falhado TANTO.
Luto todos os dias. Dou tudo em casa e fora dela.
Esforço-me por melhores oportunidades para nós, por esta família, ao mesmo tempo que tento ESTAR e SER.
Ser mãe e pai exige muitas cambalhotas, muito espírito de sacrifício, muitas noites sem dormir.
Só depois de os adormecer é que limpo a casa, preparo refeições e trato das coisas (quando ainda tenho alguma força trato de mim).
Tento não sobrecarregar os meus sogros - mas é quase impossível e sem eles não sei o que seria de nós.
Tenho amigos que são segundos pais dos meus filhos. 
Que lhes têm um entrega sem dimensão e por quem eles têm um amor sem explicação.
Há dias que penso que não vou aguentar. 
São três seguidos. É tanta ginástica, tanta logística. 
Mas na maioria deles, MEU DEUS, tenho sido capaz. 
Temos sido família. 
E durante estes sete anos tornei-me, não na melhor mãe do mundo, mas na mulher mais feliz de sempre.
E acertei no pai deles. 
Ele é a nossa casa. Eu só alimento esta estrutura com toda a dedicação, entrega e amor. 
Amanhã é para celebrar. O dia todo esta bênção. 
Parabéns a ti nosso primeiro AMOR.
Parabéns a nós.
Parabéns a todos os pais.

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Investimento


O maior investimento que faço na minha vida é na infância dos meus filhos.
Falo na entrega e energia que deposito aos dias.
A nós.
A eles.
Nunca desejei nada tão profundamente como desejo isso.
Não há famílias iguais.
Nem segredos, conselhos, regras ou livros que nos garantam um saldo positivo final.
O que fazemos é aproveitar o que a vida nos dá.
Esprememos os limões todos - sem desperdícios e partilhamos a limonada.
Adormecemos - quase todas as noites - nos braços uns dos outros, e acordamos tranquilos porque nos temos.
Isso basta-nos.
Damos colo aos nossos sonhos.
Sem pressas nem pressões.
Quero muito que os meus filhos sejam felizes no "ir" mas quero muito mais que sintam o meu colo como o destino onde podem sempre ficar.

[Boa noite]

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

FILHOS


Hoje acordei a pensar que tenho um filho que vai fazer sete anos. 
SETE anos!!!
Entretanto a Maria vai fazer dois daqui a três dias e o vicente cinco.
Todos seguidos.
A nossa vida tem sido cheia de tudo.
Cheia de responsabilidades. Cheia de tarefas. Cheia de caos. Cheia de AMOR.
Eu continuo a fazer-me à vida.
A ser tudo e a dar tudo - todos os segundos.
A tentar ter uma vida melhor. A tentar ser melhor. A tentar gerir.
Fecho portas. Abro janelas. Sempre dividida entre o ir e a importância de estar.
Tenho a mochila do salvador por abrir desde o último dia de aulas.
Convites que acumulei na esperança de me conseguir arrastar até lá com três crianças pequenas.
E só por estes dias "destralhei" as roupas.
Quando olho para estes sete anos de filhos só me lembro da palavra INCRÍVEL.
Há muitos dias que o incrível deixou - e deixa - muito a desejar.
Amigos que se afastaram - ou me afastei [sem querer].
Convites que não respondi.
Encontros que faltei.
Brincadeiras que falhei.
Não é verdadeiramente fácil conciliar trabalhos, horários, tarefas de casa, responsabilidades de escolas, supermercados e três filhos seguidos.
Às vezes ATÉ a nossa vida a cinco dava um bom sketch.
Volta e meia tenho um filho com o cabelo a bater nos ombros, umas unhas por cortar e chamadas por responder desde 1984.
Mas há uma coisa durante estes anos que não tentei, não tento, não tentarei, porque SOU - desde o primeiro minuto - a porta de embarque para a eternidade deste amor. 

domingo, 20 de agosto de 2017

Querido AGOSTO

Em Agosto nada de escola para estes miúdos, nem nada que se assemelhe.
Este é o mês para transbordarem leveza, liberdade e felicidade. 
Adoro agosto.
Durante todo o ano sinto-me a subir uma montanha. Em Agosto chego ao cume- quase sem ar - posso esticar as pernas e relaxar.
Não que se seja fácil ter três crianças destas idades o tempo inteiro sem uma pausa. 
Muito menos montar e desmontar uma tenda ao calor ou na escuridão. 
Mas eles podem descansar. 
Andar descalços. 
Dormir salgados.
Podemos contar estrelas e histórias sem o incómodo das horas. 
Não somos escravos do tempo. De pressas. De ritmos.
Não há avaliações, competições nem bolas de comportamento.
Somos nós. QUE BOM. Nós e o nosso tempo.
Nós e uma tenda.
Nós a ser família. A fazer projetos. 
Nós que queremos tanto trocar a tenda pela auto caravana. 
Nós a sonhar.
Nós e as bolas de Berlim do Algarve e as estrelas do Alentejo. 
O meu tempo mais feliz é o que estou mergulhada neles e em nós. 
A construir memórias.
A amar.
A viver com intensidade a infância deles. 
E quando estou muito cansada abraço-me ao meu marido só a contemplar e a agradecer.

(Hoje foi dia de estar em casa a arrumar TUDO. Despejar armários e roupas. Já nada serve. Estão crescidos. APROVEITAR, APROVEITAR e APROVEITAR enquanto ainda são TÃO MEUS)