terça-feira, 3 de janeiro de 2017

(Sempre) em construção





Eu sempre fui uma miúda irrequieta - isso não mudou NADA.
Inquieta. Determinada. Intuitiva. Apaixonada.
Sou torta de feitio mas inteira na entrega que tenho a tudo o que me proponho [pessoal e profissionalmente].
A nossa família está sempre em construção, mas há uma coisa que se mantém sempre: a paixão, a entrega e gratidão que temos por ela. 
E embora sinta que falho na atenção individual que cada um deles merece, há uma coisa que sou exemplar: no aconchego.
O coletivo vence ao individual. 
Tenho braços para todos. Adoro dar colo. E não há proposta que ganhe a um programa de mantas e filmes com os meus filhos.
Este ano quero mudar definitivamente algumas coisas.
A mudança começa por mim.
O que quero mesmo - com muita vontade - é usufruir mais. 
Sim mais ainda. Relativizar mais.
Tempo. Disponibilidade. Tranquilidade.
Foco no essencial. 
Não consigo gerir SEMPRE bem o final do dia com os três, quando estou sozinha.
O livro que o Salvador tem para ler ficou fechado na mochila. O jogo que o Vicente queria jogar sem a Maria interromper, não correu bem. E a atenção exclusiva que a Maria tanto exige é dividida por todos. 
Todos ajudamos todos. 
Há uma partilha enorme. 
O Salvador não é o melhor aluno, mas é mestre a gerir conflitos.
O Vicente lava os dentes dele e ajuda a Maria a lavar os dela. 
Há dias (tão caóticos) que dormem de fato treino para facilitar a logística da manhã.
Podem falhar passos na nossa rotina, mas evito que falte a paciência, a tranquilidade e a disponibilidade.
O aconchego tem de estar em dia.
Não quero tralha. 
Não quero passar tempo com quem nos diz pouco, ou nada nos acrescenta.
E devagar o nosso "ninho" vai ficando menos poluído e mais harmonioso. 
Há uma coisa que adoro em casa. A mesa da cozinha. Pequena de madeira. Onde nos sentamos todos. Encolhidos e com os ombros a bater uns nos outros. 
(Temos uma mesa enorme na sala que não usamos).
Escrevo isto, com os três em cima de mim. 
Dormem ferrados. Alinhados e aninhados. 
(Há melhor que isto?!)

(O meu marido começou o ano da pior maneira - uma queda GIGANTE na casa de banho, enquanto dava banho aos miúdos. Estava de pé, escorregou e bateu com a cara na banheira com imensa força. Foi um susto enorme. Tem a cara feita num oito. Ele está bem e as crianças não ficaram traumatizadas com o aparato.
(EU IA MORRENDO COM O SUSTO - JURO!!!)
Quando ele chegar do trabalho vou mimá-lo, porque as construções são diárias e ele merece o mundo)

Sem comentários:

Enviar um comentário