quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Tempo

(No avião pergunta o Salvador):
-Mãe já avisaste os senhores que jantamos cá?!

Fomos viajar. 
Nove dias abençoados.
O destino foi o México mas podia ter sido qualquer um que nos desligasse de tudo o que é interferências.
Fez-nos tão bem. 
Que me conhece sabe que para mim a família é tudo. 
E um dia-a-dia feliz também se trabalha. 
Tive tempo para dar conta do tempo.
Para ver com olhos de ver os meus filhos.
Consegui reparar como são teimosos - são mesmo teimosos. 
Como estão crescidos e autónomos. 
Como são deliciosos. 
Tive tempo para apreciar cada bocadinho deles, da vida...
Que o tempo tantas vezes me rouba.
Em nenhum momento houve pressa ou correria. 
Tive tempo de os abraçar quando se prolongavam nas birras.
Descobrimos coisas juntos. 
Não cozinhei. 
Não me desdobrei em mil. 
Não fiz nada a não ser estar com eles.
A cem por cento. 
O que isso não vale?!.
A vida é uma corrida.
Um desgaste.
As obrigações. 
O trânsito.
Os horários rigorosos. 
Colocam as famílias em constante tensão. 
Num desgaste. 
As relações precisam das pessoas inteiras.
De calma.
De luz.
De espaço.
De coisas boas. 
De tempo.
De mimo.
De paz.
O amor precisa de respirar da azáfama. 
Precisamos de disponibilidade para viver.
Para curtir.
Para "gozar o prato" da vida.
Caso contrário, a vida é um acumular de dias e de trabalho que não nos leva a lado nenhum.
É por isso que estou profundamente grata por ter sido possível fazer esta pausa no tempo.
É por isso que vivo para o agora. 
Tempo presente. 
Porque é só este tempo que é certo. 
Que é meu.
E no hoje vivo tanto o nós. 














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