sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

As ausências


Salvador - 5 anos.  Maria - 5 meses. Vicentinho - 3 anos
Os três manos
Quando estou sem marido, fico sempre meio dormente. 
Já devia estar habituada, mas não. 
A vida é muito mais bonita quando estamos todos juntos. 
Sinto-me grata por sentir estas saudades e este amor tão forte, mas a distância custa sempre. 
Todas as noites faço uma contagem decrescente...
(Não comecei ainda para não desanimar!!!)
Durante o dia estou sempre ocupada com a Maria, a casa, as refeições.
Faço bolos e surpresas para o lanche dos miúdos. 
A estafa no meu corpo é grande.
As noites são ainda muito duras, e nunca consigo descansar durante o dia.
É um gosto estar com os três, apesar de todo o trabalho.
Tê-los por perto.
Tratar deles.
Tudo é uma questão de organização.
Adianto o jantar o mais cedo possível.
(Às dez da manhã já estão legumes no tacho).
De manhã, peço-lhes ajuda para fazermos as camas - quando não têm birras e ainda há tempo.
A Maria acorda às sete, o que dá margem para fazer as coisas com calma.
Aspiro todos os dias e ainda dá uma folga para ir beber café, respirar e desanuviar. 
Quando chegam da escola é duche e brincadeira!!!
O Vicentinho tem uma energia louca.
O Salvador está bastante mais calmo e já é um companheirão. Uma maravilha. 
Ainda estou de licença de maternidade e tenho-me dado bem, mesmo sozinha.
Com energia para me divertir com eles, porque a vida não são só tarefas e obrigações.
Com tempo para encher estes miúdos de beijos e abraços. 
O que sinto mais falta (para além da companhia que é insubstituível) é das torradas que só o meu marido sabe fazer.
As melhores do mundo!!!
E trata de mim enquanto eu estou na preguiça com a Maria.
Mas vou ter de esperar. 
Estamos mais do que adaptados a esta vida, mas as saudades são tramadas.
A Maria está um doce, mas já vai puxando por mim!!!
Os rapazes estão apaixonados pela irmã mas não posso descurar na atenção a cada um deles.
O meu marido diz que nasci para isto, pelo menos vou dando o meu melhor...
Apaixonada por estes miúdos.









sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Cada família é única








Adoramos viajar.
Havendo possibilidade, gostamos muito que os nossos filhos nos acompanhem.
Já viajaram connosco para imensos lugares. Várias horas de avião. 
Partilhamos muito durante esses dias.
Longe das rotinas, conseguimos olhar uns para os outros de maneira diferente. Mais próxima.
Respirar fora daqui sabe muito bem.
Fomos para perto. Ter com pessoas que são uma continuação de nós.
A Maria é tão bebé mas gostou imenso da experiência.
Dormiu muito, recuperou da constipação, uma tranquilidade.
Os rapazes nem se fala!!!
Não existem regras nem para famílias nem para o amor.
Há quem diga que viajar com filhos é um desgaste.
Há quem adore.
Só cada família sabe o que a equilibra.
Não interessa como se organizam, como fazem, interessa apenas que sejam felizes.
E que funcione!!!
A nossa regra de ouro é fazer aquilo que nos faz sentido. 
Fiquei a gravidez toda do Vicentinho em casa, e o primeiro ano de vida dele.
Foram muitas as opiniões. Boas e más.
As pessoas falam como se existissem verdades absolutas.
Não me parece que isso exista.
Acredito que cada família tem a sua dinâmica. E o que faz felizes uns pode não fazer sentido a outros.
É importante que as pessoas sejam mais tolerantes.
Esta viagem correu lindamente.
Estamos muito gratos pela oportunidade,  e de alma cheia por este tempo em família.
Nem sempre conseguimos estar todos.
Eu ainda estou de licença de maternidade e a amamentação continua em exclusivo.
Estamos em preparação para mais uma ausência do Rui.
São sete dias que esticam. Parecem três meses.
As roupas, a casa e os miúdos ocupam-me o tempo todo. É de loucos. Muito trabalho para uma pessoa sozinha. (E nem conto com os imprevistos como doenças, cabeçadas, enfim...)
Mas a separação custa sempre, dói.
Ainda mais com a Maria tão bebé e as birras do Vicentinho.
Existe uma grande probabilidade de ficar exausta e não conseguir vir aqui.
Mas as palavras, as piadas, as birras, o mau feitio, as noites sem dormir, o tempo com eles vale tudo.
Não trocava isto por nada.
Esta é a melhor viagem...












quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

O caminho...

Maria cada vez maior 
Sempre fui miúda de sair, de aproveitar bem a vida, mas sempre fui igualmente aplicada. 
Aos 18 anos fui estudar para fora de Lisboa. 
Sempre dividi quartos e casas. Aprendi a cozinhar. A partilhar. 
Também sou a mais nova de sete irmãos. 
A minha vida {familiar e de estudante} foi sempre cheia de pessoas. De lugares. De desafios.
É bom. 
Aprendi a ser tolerante. 
A procurar semelhanças em vez de diferenças. A gerir conflitos. Ser paciente.
A olhar para os outros.     
Só me fez bem. 
Aprendi muito. Sobre mim e sobre os outros. 
Criei laços intensos com quem partilhei estas etapas. E assim continuo.
Viver é ter esta entrega.
Esta partilha.
Cá por casa é assim.
Não queremos verdades absolutas.
Educar é a maior responsabilidade que há. 
Os miúdos aprendem com exemplos.
Quero filhos tolerantes e generosos. 
Não os quero egoístas. Vaidosos. Manipuladores. Virados só para eles.
Quero miúdos felizes. Capazes. 
Quero que sintam e apreciem. 
É exatamente por isso, que lhe dou os dois bens mais preciosos que tenho: o meu amor e o meu tempo.
E eles dão-me a vida. 









quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

A mãe que sou

Maria

Descontraída.
Agradecida.
Uma chata - sempre a dar beijos!!!
Adoro quando o sol entra pela manhã.
É a vida a dar os bons dias, enquanto trato deles.
Vão para a escola. A Maria fica como filha única durante o dia.
(Arranjo sempre tempo para cada um deles).
Vivo para o presente. 
Para beijar estes miúdos todos os dias.
Para os ver crescer, devagarinho.
É tudo tão finito. Tão frágil.
Quero passar com eles o máximo de tempo possível.
Tento não andar a mil, discutir, ou estar inquieta. 
A ideia é educar mas divertir-me.
Gosto quando andamos todos juntos, e vamos quase sempre em família para todo o lado.
Sou ansiosa mas levo o dia a dia com tranquilidade.
Este desafio diário dá-me muita felicidade.
Descobrir o mundo com eles é absolutamente fabuloso.
Também tenho momentos de aflição/pânico/adrenalina/tristeza, mas são isso: momentos.
Mais do que qualquer outra coisa, valorizo o tempo em família.
Amo incondicionalmente cada uma destas pessoas que partilha a vida comigo.
Nem sempre fui assim tão segura. Foi um caminho com muitos tropeções.
É como os bebés, a experiência ajuda muito. 
A Maria foi a bebé que correu melhor.
Dei muito mais ouvidos ao meu instinto de mãe.
Não usa chucha. Não sofreu de cólicas. É raro chorar. 
Amamento em exclusivo. Sem horários. E faço-o com a maior naturalidade. Em qualquer lugar.
É uma fase maravilhosa que passa depressa. 
São uns meses PRECIOSOS em que nos dedicamos a encher um bebé de amor.
A Maria é gigante. Dizem que o que a engorda não é o leite mas a santidade!!! 
Mesmo nos dias cinzentos, em que estamos todos cansados, fartos e desalinhados, uma família é uma bênção.